O caso é vergonhoso e
não teve a repercussão devida nos meios de comunicação: a Câmara
dos Deputados recusou-se a encaminhar ao Ministério da Justiça
pedido de segurança para a dissidente cubana Yoani Sánchez, a qual
sofreu no Brasil perseguição de grupos esquerdistas ligados à
ditadura cubana. Os oposicionistas que encaminharam o pedido foram
neutralizados por parlamentares cooptados pelo Governo Federal.
A moça, que veio pregar
liberdade de expressão, foi impedida de falar por trogloditas em
território brasileiro num caso nebuloso que envolveu espionagem,
militantes esquerdistas e agentes estatais brasileiros e cubanos.
Nada disso sensibilizou os congressistas, que desistiram de defender
as leis brasileiras. Note-se que esta articulação política
internacional para perseguir Yoani é apenas um reflexo do Foro de
São Paulo, cujos partidos esquerdistas (PT, PC do
B, Partido Comunista de Cuba etc.) vêm há anos articulando ações
políticas em conjunto. Cada vez mais, a presença do Foro de São
Paulo é sentida no cenário político nacional e determina os
rumos do Brasil.
Segue abaixo a confissão
de culpa do Congresso Nacional:
“20/02/2013
- 20h36
Agência Câmara Notícias, reportagem de Carol Siqueira, edição de
Pierre Triboli
Obstrução
de partidos governistas impede votação de proteção a blogueira
cubana
Deputados
do PT, do PMDB, do PDT e do PCdoB entraram em obstrução e impediram
a votação, nesta quarta-feira (20), do requerimento do deputado
Mendonça Filho (DEM-PE) pela proteção policial à blogueira cubana
Yoani Sánchez durante a sua estada no Brasil. Os deputados dos
partidos em obstrução ficam dispensados de marcar presença na
votação em Plenário. Dessa forma, apenas 237 deputados registraram
seu voto, mas seriam necessários 257 votantes para validar a
votação.
Yoani
Sánchez esteve na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, a
convite do PSDB. No evento, houve tumulto por parte de defensores do
regime cubano.
Na
sessão de terça-feira (19), o DEM já havia tentado votar um
requerimento que, além da segurança, tentava garantir a
investigação da denúncia de que o coordenador de Novas Mídias e
Outras Linguagens de Participação da Secretaria-Geral da
Presidência da República, Ricardo Poppi Martins, teria recebido um
dossiê elaborado pela Embaixada de Cuba, supostamente feito para
desacreditar a jornalista.
O
deputado Mendonça Filho retirou o pedido de investigação para
tentar viabilizar o requerimento de proteção policial, mas não
houve acordo.
Benefício
indesejado
Os partidos contrários ao requerimento argumentam que a blogueira não pediu proteção à Câmara e, assim, não caberia ao Plenário conceder um benefício indesejado. Para a líder do PCdoB, deputada Manuela D’Ávila (RS), a medida pode ferir o direito individual da blogueira. 'Não podemos ferir a individualidade de uma pessoa. Vamos, de maneira autoritária, colocar a patrulha?' declarou.
O
mesmo argumento foi utilizado pelo deputado Miro Teixeira (PDT-RJ).
'Se houver violência para impedir a atuação da blogueira, quem
praticar a violência terá de ser preso. Votar um requerimento para
que a Polícia Federal dê segurança a alguém que não pediu é uma
atitude que deve ser rejeitada', disse.
Alguns
parlamentares criticaram a ofensiva da oposição em defesa da
blogueira cubana. O deputado Sílvio Costa (PTB-PE) chamou de
'baboseira' a discussão do requerimento, enquanto o líder do Psol,
deputado Ivan Valente (SP), considerou a manobra um “factoide”
para chamar a atenção dos meios de comunicação.
Yoani
Sánchez ganhou notoriedade com o blog 'Generación Y', que critica o
regime cubano. Ela chegou ao País na madrugada da segunda-feira (18)
e, desde então, tem sido alvo de protestos de defensores do regime
castrista.
Liberdade
de expressão
A oposição, por outro lado, defendeu veementemente a aprovação do requerimento. O líder do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP), lamentou o tratamento recebido no País por Yoani, que foi proibida de falar em Feira de Santana (BA), por conta do tumulto gerado por simpatizantes do governo cubano.
Durante
a visita à Bahia, os manifestantes impediram a divulgação do
documentário 'Conexão Cuba-Honduras', que trata da liberdade de
expressão e tem a participação da blogueira.
Carlos
Sampaio, no entanto, criticou o regime castrista. “Um único
partido, uma única imprensa. Que país é esse que os simpatizantes
do PT e do PCdoB querem defender?” questionou.
O
líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), ressaltou que o discurso
de Yoani Sánchez merece ser ouvido. 'Essa idealista veio ao País
para tentar convencer os jovens brasileiros, para mostrar que não
cabe mais um regime ditatorial como o de Cuba', disse.
O
líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado (GO), comparou o tratamento
recebido pela blogueira ao tratamento dado a Cesare Battisti,
italiano militante de esquerda que foi condenado no seu país e
recebeu asilo no Brasil. Segundo o deputado, o governo teria colocado
a sua máquina para defender o italiano e, agora, um servidor do
Planalto teria recebido a missão de disseminar um dossiê contra a
cubana.
'Battisti,
assassino, tem respaldo do Planalto. Uma simples blogueira recebe
tratamento contrário para ser proibida de caminhar pelo Brasil e
explicar a situação daquele país', disse Caiado.
O
líder do PR, deputado Anthony Garotinho (RJ), também defendeu a
aprovação do requerimento. 'O mesmo direito assegurado aos que
querem elogiar o governo cubano pelos avanços na área da saúde e
da educação também tem de ser assegurado aos que querem criticar a
falta de democracia naquele país', disse.
Dos
partidos da base aliada ao governo, apenas o PP se manifestou a favor
do requerimento”
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